é muito bom estar confortável na própria pele
O corpo fala do que a alma está cheia. E quando a sua alma está tranquila e de repente um turbilhão de emoções te atropela? Será que a alma estava mesmo tranquila?
As emoções reprimidas e engolidas a seco uma hora cobram seu preço. Brinco que a minha psicóloga é a minha professora de emoções. Engraçado porque eu sempre fui a aluna nota 10, destaque do bimestre, a queridinha dos professores, mas ninguém me ensinou a sentir. Quando comecei a terapia, eu não fazia a menor ideia do que estava acontecendo comigo, só sabia que precisava de ajuda, de muita ajuda. Foi um processo árduo de aprender o que é cada emoção e como vivê-las. Mais do que isso, foi me permitir vivenciar essas emoções e assim modulá-las. Acho que a gente deveria aprender isso ao longo da vida, mas uma criança nascida nos anos 90 não tinha muito direito de expressar emoções. Engole esse choro agora. Como toda menina comportada, eu estava reprimindo as minhas. A conta chegou, a entrada era grande e as prestações eram altas. A moeda de troca era meu ânimo e energia, minha saúde. Entrei no Serasa dos divertidamente. Juros em cima de juros. Graças a Deus eu tenho um banco de amigos que me salvaram e essa dívida eu vou carregar comigo pra sempre.
Metáforas financeiras ruins à parte, hoje vivo bem e ando reconstruindo pedacinho por pedacinho o que sou e o quero ser. Com a minha professora de emoções aprendi que sou amorosa, carinhosa, gentil, acolhedora e outros adjetivos bonitos que eu jamais associaria a mim mesma. (Ainda tô tentando me acostumar com isso). Também tenho meus fantasmas e bagagens, mas além de não me definirem, são muito pequenos perto de tudo o que eu posso, quero e sou capaz de conquistar.
É muito bom estar confortável na própria pele.